ERA UMA VEZ O CINEMA


Sempre aos Domingos (1962)

cover Sempre aos Domingos

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País: França, 110 minutos

Titulo Original: Les Dimanches de Ville D'Avray

Diretor(s): Serge Bourguignon

Gênero(s): Drama

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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7.8/10 (2586 votos)

DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA

PRÊMIOS star star star star star

Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA

Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira

Prêmios Blue Ribbon

Blue Ribbon de Melhor Filme Estrangeiro (Serge Bourguignon)

INDICAÇÕES star star star star star

Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA

Oscar de Melhor Trilha Sonora (Maurice Jarre )

Oscar de Melhor Roteiro Adaptado (Serge Bourguignon, Antoine Tudal )

Prêmios Globo de Ouro, EUA

Prêmio Samuel Goldwyn

Sinopse: Em seu roteiro, Pierre (Hardy Kruger) tem uma vida perdida: sofrendo de amnésia parcial e estresse pós-traumático depois de matar uma garotinha na guerra do Vietnã, o ex-soldado arrasta-se pelas esquinas da cidadezinha de Avray com uma postura anestesiada e um olhar catatônico. Sua namorada Madeleine (Nicole Courcel), a enfermeira que cuidou dele na guerra, tenta resgatá-lo daquele invólucro adoecido, mas seus esforços caem na sua recusa de simplesmente tentar.

Até que um dia, em uma de suas muitas idas ao metrô, Pierre depara-se com uma cena devastadora: um pai abandonando a sua filha no convento local sob as falsas promessas de que iria visitá-la aos domingos. Impelido a remendar o passado ou a sacrificar-se por este, mesmo que não compreenda exatamente porque, Pierre assume o papel de pai de Françoise (Patricia Gozzi) e a busca aos domingos para passear e brincar, o que evidentemente não é bem visto pelos habitantes.

Dirigido por Serge Bourguignon (seu longa de estreia de uma curta filmografia de só 7 filmes), a narrativa mistura ingenuidade com insinuações maliciosas. Se a aproximação de Pierre e Françoise (como as freiras a chamam) surge naturalmente - ele enxerga nela a garotinha que matara e ela busca reparar a solidão do abandono e fugir do tédio do orfanato -, a evolução deste relacionamento é inapropriada aos olhos de terceiros: em uma conversa, Françoise calcula que quando completar 18 anos, Pierre terá 36 e eles poderão se casar; noutro momento, Pierre sente ciúmes de um jovem e o esbofeteia.

De forma inteligente, Bourguignon não abraça a pedofilia (como Kubrick o fizera em Lolita) e a meninez de Françoise e o fascínio sincero de Pierre advogam contra a desconfiança dos demais habitantes (e dos espectadores). Belissimamente fotografado por Henri Decaë, a bucólica paisagem que serve de lar para Pierre e Françoise ganha vida em planos refletidos nas ondas do lago e na contemplação de um futuro feliz, embaçado pontualmente como na vista da janela durante o almoço de Pierre, Madeleine e seus amigos no domingo que ele prometera estar com Françoise.

Já o nome de batismo da garota, Cybèle (a deidade das árvores e mares), ajuda a construir uma bela rima entre a vertigem de Pierre ao encarar árvores e água, o ensinamento tibetano de desapego e reflexão e a salvação materializada naquela estranha amizade. Interpretando Pierre com um absentismo torturante, Hardy Krüger (uma espécie de Daniel Craig alemão) tem uma atuação minimalista impressionante que contrasta com a vivacidade e amabilidade da jovem Patricia Gozzi, enquanto Nicole Courcel comove com a dedicação ímpar e incorruptível a Pierre.